Previna-se. Afogamento é coisa séria.
NADAR SALVA VIDAS!
Você já pensou que a sua vida ou a de seus familiares pode estar correndo risco?
Seja no mar, em rios, parques aquáticos e até mesmo na piscina da sua casa ou condomínio, ambientes aquáticos envolvem riscos de afogamento. Pesquisas mostram que 15 brasileiros morrem afogados por dia, sendo uma das principais causas de morte em crianças e adultos jovens no Brasil. Segundo o BOLETIM SOBRASA 2020 (dados de 2018), o afogamento é a 2ª causa de óbito de 1 a 4 anos, a 3ª causa de 5 a 14 anos e 4ª causa de 15 a 24 anos. Ao todo, 5597 brasileiros (2.7/100.000 hab) morreram afogados em 2018. Mesmo quando a fatalidade consegue ser evitada, o impacto é grande, podendo deixar sequelas e traumas. Diante dessa trágica realidade, o que pode ser feito?
“Afogamento não é acidente, não acontece por acaso, tem prevenção, e esta é a melhor forma de tratamento!” (Szpilman 2012)
Estima-se que 85% dos afogamentos no mundo podem ser evitados, por isso as escolas de natação, clubes, academias e parques aquáticos dedicam-se a campanhas de prevenção e auto salvamento. Sendo a véspera do verão o período em que ocorre a maior porcentagem de casos, novembro foi escolhido para ser o MÊS NACIONAL DE SEGURANÇA AQUÁTICA.
COMO SALVAR VIDAS?
É possível reduzir os casos de afogamento através conscientização para prevenção de riscos e buscando desenvolver as habilidades de sobrevivência aquática. É também essencial saber reagir em caso de incidentes pessoais ou com terceiros.
VOCÊ PRECISA SABER!
Anote este número: 193. Em casos de afogamento, é para esse telefone que você deve ligar imediatamente.
Se você nadar até uma pessoa em afogamento para salvá-la, provavelmente irá afogar-se junto, pois o instinto de sobrevivência natural da vítima é apoiar-se para sair da água, jogando todo o peso sobre você e levando ambos à óbito. Apenas bombeiros e guarda vidas treinados dominam as técnicas de resgate de maneira segura.
A maneira correta de ajudar uma pessoa em afogamento é jogando um objeto flutuante para ela enquanto alguém liga para os bombeiros. Você pode também jogar uma corda e puxá-la, desde que você o faça de fora da água.
Se cair numa correnteza, não lute contra corrente. Mantenha a calma, flutue e acene por ajuda.
PREVENÇÃO DE RISCOS
Como dito acima, a prevenção é a melhor maneira de evitar afogamentos. Conheça os principais fatores de risco que costumam causar incidentes e fique atento!
JOVENS E ADULTOS:
Álcool: Não entre em piscinas, rios, lagos ou mares após consumir bebidas alcoólicas, pois ela torna a capacidade de reação mais lenta. Já o afogamento, acontece em segundos.
Desobediência à sinalização: Conheça o significado e obedeça a sinalização das placas e bandeiras em praias e rios. Ver
Locais isolados: Não nade sozinho ou em locais isolados. Prefira ambientes monitorados por guarda vidas.
Saltos em locais desconhecidos: Antes de saltar, saiba a profundidade e certifique-se de que não há pedras, morros ou outros obstáculos no fundo.
Flutuadores inadequados: Pranchas podem escapar e boias podem furar. Use coletes salva-vidas.
Superestimar as próprias habilidades: Saber nadar salva vidas, mas é necessário compreender o seu nível de natação antes de arriscar. Mesmo nadadores experientes podem correr riscos se não tomarem as precauções necessárias e reconhecerem os ambientes hostis.
Correnteza: Locais com correnteza oferecem riscos mesmo para quem tem habilidades com natação. Evite banhos nesses locais e use colete salva-vidas quando for praticar canoagem ou semelhantes.
CRIANÇAS E BEBÊS
Acesso à piscina e quedas: Tem piscina em casa? Para evitar acidentes é essencial cercar a área da piscina e manter portões trancados. Muitos afogamentos de crianças acontecem sem que ninguém veja, minutos depois de estarem sob os olhos dos responsáveis.
Brinquedos: Não deixe brinquedos dentro ou próximo à piscina. Isso pode chamar a atenção de uma criança e provocar quedas na água.
Bombas de sucção em piscinas: Crianças que já nadam correm o risco de serem sugadas pelos ralos das piscinas ao mergulharem muito próximo a estes. Instale os ralos adequados em casa e ao frequentar piscinas coletivas, certifique-se que há dispositivos de segurança ou a aspiração acontece fora do horário de utilização.
Distração dos responsáveis: O afogamento é rápido e silencioso. Uma rápida olhada no celular pode custar a vida de uma criança. Quando estiver responsável por um menor dentro ou ao redor da piscina, rio ou mar, fique de olhos abertos e à distância de um braço.
Flutuadores inadequados: Boias ou flutuadores de braço podem furar ou sair com facilidade. O ideal é utilizar coletes salva-vidas.
Baldes, bacias e banheiras: Qualquer superfície com água é um risco para bebês e crianças pequenas. Nunca deixe objetos com água ao alcance dos pequenos.
Falta de orientação e de habilidades: As crianças devem ser orientadas a não pular na piscina sem autorização e acompanhamento. Elas também precisam desenvolver as habilidades de auto salvamento, sendo que, quanto mais cedo, melhor. Além disso, é importante que o responsável pela criança tenha habilidade aquática para melhor protegê-la.
HABILIDADES QUE SALVAM VIDAS
Além das orientações de segurança, nas aulas de natação são ensinadas as principais habilidades de auto salvamento.
Os iniciantes na natação aprendem itens essenciais como a flutuação, giros e deslocamentos. Essas competências podem fazer toda a diferença em caso de uma queda inesperada na água, pois o aluno é capaz de manter a calma, flutuar com a barriga para cima, possibilitando a respiração, localiza a borda ou superfície segura e nadar até ela.
Avançando nas técnicas dos nados, os alunos adquirem maiores condições de frequentar ambientes aquáticos com segurança. Nadadores mais experientes são capazes de nadar por 5 minutos, sem apoio de materiais, sem pausas e sem tocar nas bordas. Tal habilidade não é tão simples quanto parece, exigindo domínio das técnicas e condicionamento físico adequado.
Vale ressaltar que ambientes hostis ou com correnteza podem ser perigosos mesmo para quem sabe nadar. Sempre é importante analisar os riscos e respeitar a sinalização do local. Confira abaixo a tabela desenvolvida pelos SOBRASA, MGB, INATI e GIAAS para avaliação de riscos.

E então? Sua vida está segura em um ambiente aquático? Seus familiares estão seguros?
Nunca é tarde para aprender a nadar e mesmo adultos com traumas podem superá-los nas aulas de natação. Previna-se! Salve vidas!
FONTE: BOLETIM SOBRASA 2020