A atividade física ajuda a enfrentar doenças como o Covid-19? O público de risco pode se beneficiar? Como se exercitar de forma segura? São muitas as dúvidas nesse momento de pandemia, não é mesmo?
Entenda como a atividade física pode beneficiar a saúde e quais são os riscos.

A prática de atividade física previne doenças
Praticar atividade física de forma correta - com frequência, adequada a necessidade da pessoa e com instrução capacitada - pode aumentar a imunidade, evitar doenças infecciosas, cardiovasculares, combater a obesidade, controlar a diabetes, a hipertensão e até auxiliar no tratamento de doenças neurológicas e ortopédicas.
Segundo especialistas, a atividade física regula diversas funções do corpo e melhora as células protetoras do organismo, conseguindo responder melhor no combate à doenças provocadas por vírus e bactérias.
A Covid-19, provocada pelo coronavírus, tem se mostrado mais agressiva em organismos com baixa imunidade, obesidade, doenças respiratórias e crônicas, como diabetes e hipertensão, sendo fatal em muitos desses casos.
Sendo assim, pessoas com hábitos saudáveis de exercícios e alimentação balanceada são beneficiadas. Se infectadas, a manifestação da doença pode ser mais branda e há maiores chances de recuperação devido a resposta do organismo.
E aí vai um alerta importantíssimo para quem resolveu começar a se exercitar nessa quarentena: A atividade física precisa ser moderada para trazer benefícios.
Especialistas destacam atividades de alta intensidade, em vez de trazer saúde pode causar o efeito contrário, diminuindo a imunidade e deixando o corpo suscetível a inflamações. Contar com orientação de um profissional credenciado faz toda a diferença!
Como se exercitar de forma segura?
- EM CASA
Se você já possuía uma rotina de exercícios com acompanhamento profissional, adaptar sua atividade física para fazer em casa é bastante seguro. Mas atenção, mesmo assim, é importante seguir orientações profissionais, pois um exercício realizado de maneira inadequada pode gerar lesões graves.
Treinos em vídeo, devem conter a explicação do exercício e você precisa prestar muita atenção na postura, execução do movimento, intensidade e velocidade. Para quem vai começar agora, terá mais dificuldade com a consciência corporal e as chances de erro são maiores, portanto é adequado ter ajuda de um personal trainer, de forma presencial ou por chamada de vídeo.
- AO AR LIVRE
Segundo infectologistas, treinos ao ar livre não apresentam muitos riscos, desde que não haja aglomeração e mantenha-se os cuidados de higiene. Nesse caso é importante evitar esportes em grupo ou proximidade.
A a OMS, o MSB e Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte recomendam a atividade física ao ar livre desde que observando sempre os protocolos de prevenção e respeitando as diretrizes governamentais.
“Em relação a estes protocolos preventivos, cabe ressaltar que, ao sair de casa, o praticante pode se expor a situações de imprevisibilidade, precisando estar atento para evitar a possibilidade de aproximação inadequada com outras pessoas, (...) além do risco potencial de contato com superfícies diversas (botões, corrimão, maçanetas, portas, barras de apoio e/ou para alongamento etc.), eventualmente contaminadas.” [Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte]
Outro ponto a ressaltar é que em corridas, caminhadas e pedaladas, a distância de 2 metros não é suficiente. Caso alguém tossir ou espirrar sem a máscara, as gotículas podem ser lançadas em grandes distâncias, como destaca um estudo publicado pela Universidade Tecnológica de Eindhoven, da Holanda, e a Universidade Católica de Leuven (KU Leuven) da Bélgica.
Sendo assim, caminhada, corrida ou pedalada em ruas vazias são bem-vindas, desde que com cuidado. Lembre-se que o uso de máscara é obrigatório em todo o estado do Paraná. Além disso, ao chegar em casa, você precisa fazer a higiene correta dos sapatos, roupas e demais pertences.
Respeite as orientações do seu município! Os governantes estão se esforçando para manter a crise sob controle para que o sistema de saúde tenha capacidade de atendimento. Acompanhe as páginas oficiais da sua cidade para ficar informado e respeite as instruções sobre uso de máscara ou períodos de quarentena.
- ATIVIDADE AQUÁTICA
Uma vez que o cloro na piscina pode matar o coronavírus, praticar natação ou hidroginástica também tem maior nível de segurança.
É importante ressaltar, que mesmo o ambiente aquático sendo benéfico, cuidados são necessários, como o distanciamento entre os alunos, higiene constante do ambiente comum até mesmo evitar o uso dos vestiários.
Veja o artigo completo sobre o Cloro x Coronavírus aqui
Natação e hidroginástica - prevenção e combate às doenças
Pesquisas recentes pelo mundo, indicam que os pulmões são um dos órgãos mais atingidos pelo coronavírus. Pessoas com problemas respiratórios anteriores, como asma, é considerado público de risco, tendo grandes chances de agravamento da doença.
“Elas apresentam pulmões previamente inflamados, o que pode potencializar o processo inflamatório da infecção, favorecendo piores desfechos. Além disso, esses pacientes usualmente tomam drogas imunodepressoras, que por si só podem favorecer a replicação viral e acelerar a progressão da doença”, [Dr. Patricia Rocco para Confap]
Além de fortalecer o sistema imune e prevenir doenças coronárias, a natação amplia a capacidade pulmonar e ajuda no tratamento de doenças respiratórias, diminui a frequência de crises e previne gripes e resfriados. Sendo assim, quem já praticava o esporte como coadjuvante no tratamento de problemas respiratórios pode ter mais chances de recuperação se forem contaminados.
Além disso, especula-se a natação como uma atividade para ajudar tratar as sequelas pulmonares deixadas pela covid-19 em pacientes curados.
A hidroginástica é outra atividade repleta de benefícios para prevenção e controle de doenças como hipertensão, diabetes e colesterol, é também uma excelente aliada no tratamento da obesidade.
Por ser uma atividade de baixo impacto, costuma ser muito indicada para idosos, recuperação de lesões e gestantes.
Sendo assim, a terceira idade, praticante regular de atividade física, com alimentação saudável e doenças crônicas controladas, pode ter melhores chances de recuperação se infectados pelo Covid-19.
O público de risco pode praticar atividade física?
São consideradas em risco pessoas com:
- Hipertensão
- Diabetes
- Asma
- Acima de 60 anos;
- Enfermidades hematológicas;
- Doença renal crônica;
- Imunodepressão;
- Obesidade
- Gestantes
Tais pessoas devem manter-se ativas e com alimentação saudável para fortalecer a imunidade, contudo a recomendação é permanecer em casa.
A Sociedade de Brasileira de Geriatria e Gerontologia, por exemplo, pede paciência dos idosos para não piorar as situações, visto que estão muito vulneráveis a manifestações graves e até fatais da doença.
Sabemos contudo, que grande parte dos idosos não estão se adaptando às regras da quarentena e continuam saindo às ruas para caminhar. É de grande importância entender a seriedade da pandemia e criar novas alternativas para exercícios, aliviar o estresse e amenizar a sensação de solidão, dentro de casa.
Consciente disso, se você se enquadra nesse perfil e mesmo assim opta por recusar tais recomendações de saúde, ao menos lembre-se da obrigatoriedade do uso correto da máscara para sair de casa (passível de multa), mantenha a distância de 2 metros, lave as mãos e evite locais com muita gente, como o supermercado, lojas ou praças. Não use ATIs ou pistas de caminhada.
Para amenizar o sofrimento do isolamento e fortalecer a saúde da melhor idade da maneira mais segura possível, quando formos autorizados a reabrir, além de todas as precauções e segurança do cloro da piscina, teremos horários exclusivos para idosos praticarem hidroginástica. Assim, as pessoas que optarem por frequentar a aula, terão o mínimo de exposição possível.
Quanto às pessoas com problemas respiratórios, que naturalmente sofrem muito mais nessa época do ano sem atividade física, permanece a recomendação de permanecer em isolamento, mas mantemos o compromisso de, pela nossa parte, não proibir a presença nas aulas, uma vez que entendemos a grande necessidade do tratamento. Ainda sugerimos que consulte seu médico a respeito do que é melhor para o seu caso.
Retomando que a recomendação para todo o público de risco é ficar em casa, reafirmamos que os alunos que o fizerem terão os contratos congelados, sem nenhum prejuízo, para não perderem nenhuma aula.
Fique bem!
FONTES:
(clique para acessar)
Poder 360 - Faixa etária e fatores de risco dos mortos por Covid-19 em 5 países
CONFAP - Pesquisadora da UFRJ explica os efeitos da Covid-19 nos pulmões
UOL - Coronavírus pode deixar sequelas nos pulmões
JORNAL DA UPS - influências do exercício na resposta imune.
El País - Distanciamento das atividades físicas em meio a pandemia